Mais um dia de estabilidade no mercado de Feijão-carioca, mas com sinais de que o produtor começa a conseguir segurar os preços. Em Minas Gerais, surgem relatos de negócios já voltando aos R$ 220 por saca. O viés, que era de baixa, mudou e passa a ser de alta. Mesmo no pico da colheita, há dias em que há mais compradores do que vendedores.
Na Bahia, as vendas seguem variando entre R$ 195 e R$ 200, valores que se repetem no Vale do Araguaia. A diferença de preço por cor e qualidade segue firme, ditando o tom do mercado, com variações ainda grandes entre um Feijão fraco do Paraná e estes Feijões extras. Por isso, nas gôndolas é possível encontrar Feijões em promoção ainda por R$ 3,99.
Do lado do empacotador, a situação não está fácil. As marcas que mais vendem relatam o mesmo volume de quilos do ano passado, porém com faturamento muito pequeno, o que resulta em muito trabalho e pouca margem. Há muitos empacotadores que nos últimos 6 meses chegaram a fechar o mês sem ganho. Fretes ainda carregam a esperança de alguma redução, mas outros custos, dentro e fora da porteira, seguem altos.
A grande pergunta é: quando o mercado vai precificar o déficit esperado pelas quebras e a menor oferta geral? Vai acontecer — mas só no momento em que a demanda superar a oferta de Feijão recém-colhido. Definitivamente, mesmo, será quando a oferta diminuir bem no final de agosto e o abastecimento passar a ser feito pelos estoques armazenados em câmaras frias.
Por enquanto, todo dia tem alguém colhendo e vendendo "só aquele caminhão" para fazer caixa e isso abastece o mercado no curto prazo. Mas todo produtor experiente sabe: o jogo não se ganha no preço de hoje, mas no jeito de lidar com o estoque que vai sobrar para amanhã.