É sempre a mesma história: quando há muita produção de Feijão no ano, ou quando a colheita se concentra num curto período, vem a sensação de que "pararam de consumir" Feijão no Brasil. Mas a realidade é outra. O consumo segue firme — dentro da nossa realidade atual. Quem está no varejo sabe: o Feijão continua girando, mas consome-se muito agora, pois está baratíssimo na gôndola.
Claro que uma campanha nacional para aumentar o consumo — como a que estamos começando a articular com apoio parlamentar e entidades do setor — pode e deve ajudar a ampliar ainda mais esse consumo no médio prazo. Mas hoje, na prática, os negócios estão fluindo. Em Goiás, no Vale do Araguaia, tivemos relatos de vendas pontuais a R$ 190,00/sc — mas os produtores maiores estão preferindo colocar o Feijão nas câmaras frias abaixo de R$ 220. E que bom que estão fazendo isso.
A verdade é que, se todos resolvessem vender agora todo o Feijão que está sendo colhido, o preço poderia despencar para abaixo de R$ 100,00/sc. A armazenagem é uma ferramenta estratégica — e cada vez mais necessária. Estamos aprendendo com quem faz isso há décadas: os Estados Unidos, por exemplo, colhem Feijão em um único mês no ano, mas consomem o ano todo. Eles guardam, organizam a oferta e mantêm o mercado ativo em todos os meses.
É esse amadurecimento de mercado que precisamos consolidar aqui. Armazenar com qualidade, planejar a venda, evitar o desespero de vender tudo na colheita. E, claro, fortalecer o trabalho conjunto para estimular o consumo interno, ampliar as exportações e melhorar a rentabilidade do produtor brasileiro. O Clube Premier segue acompanhando de perto — e trazendo essas reflexões para quem realmente vive e decide o futuro do Feijão no Brasil.