O ponto central desta história está na pesquisa  

Por: IBRAFE,

5 de dezembro de 2025

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O IAC (Instituto Agronômico de Campinas) é destaque nas 500 mil toneladas exportadas

 

Sim, para ser mais preciso, 501 mil toneladas de Feijões secos foram exportadas até novembro de 2025, e isso passa a ser um divisor de águas. Em 2019, eu (Marcelo Lüders) escrevi no Instagram que o Brasil poderia chegar a esse volume em 2025, enquanto o Movimento Pró-Feijão trabalhava com a meta mais cautelosa de alcançar esse patamar até 2030. O fato de termos chegado lá antes do prazo mostra a força que o setor construiu em pouco mais de uma década.

 

Mesmo assim, é importante lembrar: o Feijão-carioca ainda não é item para exportações, para além do "mercado de saudade". A base desse meio milhão de toneladas vem de Feijão-preto, Feijão-mungo verde e preto, vermelhos, rajados, caupis e outros Feijões especiais. Mas o efeito volta para todo mundo, porque a formação de preço passa a olhar o conjunto do setor e a referência internacional, não apenas o atacado da praça.

 

O IAC, com os Doutores Sérgio Carbonell e Alysson Chioratto, é responsável por mais de 60 por cento de todas as cultivares hoje exportadas pelo Brasil. Em 2005, sentei pessoalmente com eles para discutir exatamente essa visão de deixar o Feijão brasileiro competitivo lá fora. Houve pirataria de sementes, altos e baixos, mas o objetivo traçado se confirmou. A base genética do Feijão exportado pelo Brasil passa pelo trabalho deles. Equipes da Embrapa focaram nos Caupis e do IDR-Paraná no Feijão-preto que agradam no campo, unindo agronomia, qualidade de grão e consumo.

Na prática, esse novo patamar cria um piso de exportação mais nítido. Quando o preço interno cai demais, chega um ponto em que a conta de exportar ainda fecha, e o exportador entra comprando. Isso reduz a profundidade das quedas em safra cheia e dá mais previsibilidade para área, tecnologia e timing de venda. Ao mesmo tempo, mais exportação significa mais compradores na praça, disputa pelos melhores lotes e uma régua de qualidade mais alta, puxando secagem bem feita, câmaras frias, classificação e rastreabilidade.

O trabalho não para aqui. O novo projeto com a ApexBrasil, agora incluindo o gergelim ao lado do Feijão, coloca um grupo de empresas brasileiras na linha de frente em mercados prioritários como Arábia Saudita, Argélia, China, Colômbia, Egito, Israel, Indonésia, Jordânia, México e Singapura.

 E, nesta semana, o anúncio do acordo fitossanitário com a Rússia reforça a estratégia de abrir todas as portas possíveis, mesmo que o volume deles ainda não seja grande. O objetivo é claro: montar um leque diversificado de importadores ao redor do mundo para reduzir a dependência de poucos compradores.

Para quem está no Clube Premier, a mensagem é direta: 500 mil toneladas exportadas não são apenas um número bonito. É o resultado de anos de pesquisa do IAC, Embrapa, IDR e de quem acreditou no Feijão quando ninguém falava em exportação. Agora, o desafio é transformar esse novo piso de exportação em decisões melhores de área, cultivar, pós-colheita e momento de venda, sem perder de vista a nossa responsabilidade maior: manter o Feijão firme todos os dias no Prato Feito do brasileiro.

 

 

 

 

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