O reequilíbrio entre oferta e demanda está refletindo, neste momento, em Minas Gerais, valores que chegam a R$ 285 por saca. Não há dúvidas de que haverá uma evolução nesses preços ao longo de abril. Contudo, o fato de o mercado estar consolidando patamares enquanto evolui reforça a ideia de consistência no valor do Feijão.
Embora ainda existam estoques de Feijão em diversas áreas de produção, isso não deverá ser um fator de pressão para a queda nas cotações nos próximos dias. No caso do Feijão-preto, onde praticamente não há negócios, o setor começa a se aproximar do preço mínimo vigente, fixado em R$ 152.
No polo produtor do Noroeste de Minas Gerais, reconhecido pela diversidade de Feijões, foi realizado o "Pulse Day", um evento dedicado aos Pulses. Durante o encontro, ficou clara a necessidade de investir no marketing da produção de Feijão na região. O caminho mais eficiente é humanizar a produção de alimentos, substituindo o termo “agronegócio” – que transmite uma ideia restrita às commodities – pelo conceito de “agroalimentos”. Além disso, é fundamental contar a história por trás do Feijão: como foi produzido, por quem e em que local.
Essa abordagem tem o potencial de transmitir ao consumidor urbano aspectos pouco conhecidos, como a paixão dos produtores brasileiros em garantir que o Feijão – o item número um da cesta básica – chegue às mesas de todo o país. E essa estratégia deve ir além: o Feijão precisa ganhar espaço no mercado de exportação. A valorização da sustentabilidade é um argumento crucial, assim como a humanização do setor, que precisa ser comunicada de forma eficiente.
A estratégia se baseia nas ideias e livros de José Luiz Tejon Megido, um gênio do marketing agrícola que, sempre que consultado, oferece insights valiosos para o setor.