As primeiras cargas começaram a sair no estado de São Paulo. Na semana passada, antes das chuvas, houve relatos de negócios pontuais próximos de R$ 280 por saca. Depois disso, as poucas cargas colhidas precisaram ir ao secador, o que já impacta nos custos de quem está colhendo agora.
A boa notícia é que a janela de tempo abriu nas microrregiões produtoras — em Itapeva e Paranapanema — e, hoje, a previsão indica tempo firme, sem chuvas relevantes, o que favorece o avanço da colheita até o fim de semana. Isso tende a aumentar o volume ofertado ao longo dos próximos dias.
Do lado comercial, o roteiro tradicional de São Paulo se repete: apesar de o consumo interno ser grande, boa parte do Feijão colhido acaba escoando para outros estados. Quem é da região compra “na origem” e revende aos corretores e empacotadores de todo o Brasil. Para isso, todos trabalham para esfriar o mercado ao máximo no curto prazo.
Muitos corretores tornam-se compradores e tentam compor margem entre agora e dezembro/janeiro, às vezes até fevereiro. Se aparecer lote extra, a pressão aumenta.
Radar do dia – CEPEA
Feijão-carioca nota 9 ou superior:
Itapeva fechou o dia a R$ 256,78 (-0,32%).
Noroeste de Minas, R$ 238,80 (-0,58%).
Centro/Noroeste Goiano recuou para R$ 233,45 (-3,30%).
Fonte: CEPEA
Feijão-carioca notas 8–8,5:
Noroeste de Minas, R$ 215,85 (+0,20%).
Triângulo/Alto Paranaíba, R$ 210,71 (+1,55%).
Metade Sul do Paraná estável a R$ 183,33.
Fonte: CEPEA
Feijão-preto tipo 1:
Curitiba, R$ 150,40 (-1,77%).
Metade Sul do Paraná, R$ 140,02 (-0,88%).
Minas Gerais
Poucos negócios foram reportados. Isso tem levado parte dos produtores a forçar a venda de Feijão-carioca estocado em câmaras frias, especialmente nas notas 8–8,5.
A fotografia do CEPEA hoje confirma Minas Gerais como uma das praças que resistem um pouco melhor nas categorias comerciais, mas com grande amplitude de preços entre as notas 8,5 e 9.
Clima e colheita em São Paulo
Os modelos indicam uma sequência de dias úteis para colheita. Em Itapeva, o acumulado de chuva previsto para hoje foi nulo, e Ourinhos também registrou ausência de precipitação.
Se essa janela se consolidar até domingo, a oferta de cargas deve aumentar gradualmente, refletindo no ritmo dos negócios ao longo da semana. Atenção à umidade e ao P12 para não perder valor no beneficiamento.
Fonte: Climatempo
Leitura estratégica
Quem precisa de giro imediato deve aproveitar a janela de clima desta semana e capturar produto antes das possíveis chuvas da próxima.
Ponto de atenção no Paraná
O Feijão-preto no Paraná segue comedido em seus movimentos. As referências de hoje indicam acomodação, o que combina com relatos de dificuldade para encontrar lotes realmente completos em qualidade. A indústria compra, mas com régua alta.