Preocupação no mercado com a destruição anunciada das lavouras de soja no Paraná, que teria danificado seriamente cerca de 270 mil hectares, se chegou também aos Feijões. A região mais falada é o eixo Londrina, Maringá e Campo Mourão, onde já havia pouco Feijão plantado.
Assim, mesmo com lavouras de Feijões atingidas ali, o impacto sobre o volume total do Paraná não deve ser significativo, já que no restante do estado praticamente não há área atingida por aquele fenômeno exclusivamente. Há, sim, outros motivos já citados que têm a ver mais com dias nublados, frios e úmidos.
Com custos estimados pelo DERAL – Paraná ao redor de R$ 5.800 por hectare, a pergunta que ronda as conversas é direta: vai haver produtividade suficiente para pagar essa conta? Se usarmos a própria média do DERAL, de 30 sacas por hectare, a conta já não fecha quando o produtor é obrigado a vender abaixo de R$ 200 por saca.
No Feijão-preto, que segue com referências ao redor de R$ 150, o recado é ainda mais duro. O mercado aponta dificuldades de comercialização e margens apertadas ou negativas para muitos produtores.
No Feijão-carioca, em São Paulo a fotografia é um pouco melhor. Houve leve reação de preços na região de Paranapanema e Itaí. Entre sexta e sábado, foram reportados negócios até R$ 250/255 por saca ao produtor, com prazos variados. Não é um rali de preços, mas indica que podemos estar deixando para trás o momento de maior oferta daquela região.
Clima adverso, custo elevado e preços travados, especialmente no Feijão-preto, formam um cenário que tende a deixar o produtor mais defensivo. Do lado de quem empacota e compra, o recado é outro. Em um ambiente assim, não faz sentido contar com sobras abundantes de Feijão de qualidade na virada do ano.
Quem precisar montar um lote maior terá de olhar para as câmaras frias em Goiás e Minas Gerais, onde ainda há produto disponível. Nesses estados, porém, a tendência é de preços bem acima dos praticados em São Paulo quando a nota é de pelo menos 8,5.
