Índia planeja cortes de impostos em acordo comercial antecipado com os EUA

Por: IBRAFE,

17 de abril de 2025

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Nova Délhi – O governo indiano está elaborando um plano para reduzir tarifas sobre determinadas importações dos Estados Unidos como parte de um acordo comercial antecipado. A medida visa evitar tarifas retaliatórias anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, previstas para 2 de abril.

O acordo, ainda em fase de negociação, pode incluir cortes de impostos sobre motocicletas, veículos com tração nas quatro rodas, combustíveis fósseis e alguns produtos agrícolas, como leguminosas, segundo fontes próximas ao assunto. Uma equipe comercial dos EUA visitará Nova Délhi na próxima semana para discutir os detalhes.

Negociadores de ambos os países vêm realizando reuniões virtuais desde março, preparando-se para o primeiro encontro presencial, que será liderado pelo representante comercial assistente dos EUA, Brendan Lynch. Lynch, descrito como um experiente negociador para a região da Ásia Central e do Sul, será peça-chave nas tratativas.

O modelo do acordo de colheita antecipada (Early Harvest Scheme – EHS) busca fortalecer a confiança entre os países antes de um eventual acordo de livre comércio (FTA), que pode levar meses para ser negociado. Um exemplo anterior é o acordo assinado entre a Índia e a Tailândia em 2003, que cobriu 82 itens, incluindo mangas, maçãs, salmão, produtos químicos e ligas metálicas específicas.

A expectativa é que essa abordagem ajude a consolidar a chamada "Missão 500", estabelecida pelo primeiro-ministro Narendra Modi e pelo presidente Donald Trump. A iniciativa busca mais que dobrar o comércio bilateral entre os países, atingindo US$ 500 bilhões até 2030. Em fevereiro deste ano, ambos os líderes concordaram em avançar na negociação de um Acordo de Comércio Bilateral (BTA) multissetorial e mutuamente benéfico.

No entanto, não há garantias de que a redução das tarifas impedirá a aplicação de sanções comerciais pelos EUA. Em entrevista ao Breitbart News, Trump afirmou que tem um "relacionamento muito bom" com a Índia, mas criticou as altas tarifas indianas, chamando-as de seu "único problema" com o país. Ele advertiu que, caso a Índia não reduza suas tarifas, os EUA imporão taxas equivalentes sobre produtos indianos.

Ao abordar a questão no Parlamento, o ministro do Comércio, Jitin Prasada, confirmou que Índia e EUA estão comprometidos em avançar com um Acordo Comercial Bilateral, visando ampliar o acesso ao mercado, reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias e fortalecer a integração das cadeias de suprimentos. Ele também mencionou um memorando norte-americano de fevereiro de 2025, que instrui o Secretário de Comércio dos EUA a revisar acordos comerciais não recíprocos e propor soluções para cada parceiro comercial.

Prasada esclareceu que, até o momento, os EUA não impuseram tarifas específicas sobre a Índia. No entanto, a imposição de taxas adicionais sobre importações globais de aço e alumínio segue sendo monitorada, uma vez que não foram concedidas isenções à Índia, diferentemente de outros países exportadores do setor.

Dados do Ministério do Comércio da Índia indicam que as exportações indianas para os EUA atingiram US$ 60,04 bilhões entre abril e dezembro de 2024, um aumento de 5,76% em relação ao ano anterior. No mesmo período, as importações de produtos americanos totalizaram US$ 34,29 bilhões, crescimento de 4,63%, resultando em um superávit comercial expressivo para a Índia.

Já os números do Representante Comercial dos EUA apontam que o comércio total entre os dois países foi de US$ 129,2 bilhões em 2024. As exportações americanas para a Índia somaram US$ 41,8 bilhões, um aumento de 3,4% em relação a 2023, enquanto as importações da Índia para os EUA alcançaram US$ 87,4 bilhões, registrando um crescimento de 4,5%. O déficit comercial dos EUA com a Índia chegou a US$ 45,7 bilhões em 2024, um aumento de 5,4% na comparação com o ano anterior.

As negociações entre os dois países seguem em andamento, com o governo indiano buscando um acordo que preserve suas vantagens comerciais e evite sanções que possam impactar setores estratégicos da economia.

Com informações de Hindustan Times

https://www.hindustantimes.com/india-news/conversion-to-islam-bona-fide-if-done-by-free-will-with-sound-mind-allahabad-high-court-101743530790518-amp.html?articleno=1

 

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