10 Fórum do Feijão - inovações e estratégias para o futuro da agricultura

Por: IBRAFE,

22 de novembro de 2024

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O segundo dia do Fórum Brasileiro do Feijão, realizado em Brasília no início de outubro, reuniu especialistas, empresários e produtores de todo o Brasil para discutir os rumos e inovações do agronegócio, com um foco especial no Feijão e demais Pulses. Temas como sustentabilidade, novas tecnologias em irrigação, qualidade de sementes e o cenário global de mercado dominaram as apresentações.


Sustentabilidade na Irrigação
João Carlos de Carli, superintendente da Rede Nacional de Agricultura Irrigada (RENAI), abriu o dia falando sobre o potencial irrigável do Brasil, que poderia atingir 55 milhões de hectares – muito acima dos atuais 8,5 milhões. Segundo ele, a RENAI está comprometida em desburocratizar o uso de tecnologias de irrigação, promovendo projetos de lei que incentivem o crescimento sustentável da agricultura irrigada. Em sua fala, De Carli destacou ainda a importância do escalonamento da utilização da água dos rios para manter o equilíbrio ambiental.


Exportação e crescimento de mercado 
A Sementes Aliança, uma das principais empresas do segmento, abordou a expansão da sua atuação na exportação de Feijões e o impacto das novas variedades no mercado. Rafael Lorea, fundador da empresa com sede em Cristalina (GO), falou sobre a evolução do mercado nos últimos 10 anos e o sistema de cooperação que a empresa mantém com produtores de todo o Brasil. Ele enfatizou a importância da qualidade das sementes, destacando a colaboração com a Embrapa.


Desafios do cenário internacional 
Adrian Poletti, especialista em análise de mercado, apresentou uma visão global sobre o mercado de Feijão, abordando a influência das condições geopolíticas e climáticas no setor. Ele citou a escassez de Feijão-branco da Argentina, alertando para o impacto da crise climática na produção dos países sul-americanos e como isso influencia o preço e a oferta global. O aumento dos custos logísticos e dos fertilizantes também foi destacado como um desafio para o mercado brasileiro.


Inovação em irrigação
A Valley apresentou uma solução completa em irrigação, com tecnologias que permitem até três safras por ano, com suporte de inteligência artificial para a tomada de decisões. A empresa trouxe exemplos de eficiência em projetos de irrigação, reforçando a importância de adaptar equipamentos e estratégias para cada região.


Avanços no desenvolvimento de sementes
O agrônomo Ricardo Aparecido, da Marambaia Sementes, compartilhou a visão da empresa para o futuro da produção de sementes de alta qualidade. Ele explicou o conceito de “Cultura do Capricho” adotado pela empresa e voltado para aprimorar a produtividade com práticas rigorosas de manejo e pesquisa. A parceria com o Instituto Federal Goiano para melhorar a qualidade das sementes também foi um dos pontos centrais da palestra.


Controle de pragas e inovações
A Syngenta apresentou suas inovações em inseticidas e fungicidas, que oferecem maior eficácia no controle de pragas na cultura do Feijão. A empresa destacou o aumento da cobertura e a durabilidade dos produtos, essenciais para o manejo integrado e sustentável.


Cultivares para o agronegócio
O pesquisador Warley Marcos Nascimento, da Embrapa, falou sobre o desenvolvimento de cultivares de pulses, como ervilha, grão-de-bico e lentilha, para reduzir a dependência de importações e fortalecer a exportação. Segundo ele, o Brasil tem grande potencial para se tornar um exportador de pulses, incentivando o consumo doméstico de proteínas de qualidade e estimulando a diversificação agrícola.


Perspectivas climáticas 
O climatologista Luiz Carlos Molion abordou as projeções climáticas para 2024 e para os próximos anos. Ele alertou sobre as mudanças de temperatura e o impacto da inversão térmica, que reduz os dias de chuva, destacando os desafios para as regiões produtoras. Molion refutou a possibilidade de um La Niña tradicional para o próximo ano, sustentando que o clima brasileiro enfrentará secas significativas em algumas regiões, como Santa Catarina e Paraná, durante o outono de 2025.


Conexões internacionais
O presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses e Colheitas Especiais (IBRAFE), Marcelo Eduardo Lüders, destacou o fortalecimento dos laços entre produtores e especialistas no evento, ressaltando a importância das trocas entre os participantes. Ele também anunciou novas oportunidades para o agronegócio brasileiro, incluindo um encontro próximo com o ministro da Índia para discutir parcerias internacionais.

“O Fórum Brasileiro do Feijão reafirmou a posição do Brasil como protagonista no cenário global, incentivando práticas sustentáveis e inovadoras no setor de pulses. O evento se consolida como uma estratégias para o fortalecimento do mercado nacional e internacional”, finalizou Lüders.

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