No Centro-Sul e Sudoeste, incluindo Mangueirinha e Mariópolis, há relatos de solo encharcado, rompimento pontual de terraços e batida de chuva sobre lavouras recém-emergidas de Feijão, soja e milho. Em muitas áreas o dano é de perda de folhas, acamamento e falhas de estande, e onde o granizo veio mais pesado já se fala em replantio, ainda dentro da janela recomendada.
A situação de infraestrutura continua pesada. Dezenas de cidades ficaram sem energia e com dificuldades de comunicação em função de queda de postes e árvores e problemas na rede elétrica. As equipes de concessionárias e Defesa Civil avançam no restabelecimento e na avaliação dos estragos, enquanto os órgãos oficiais iniciam o levantamento mais detalhado das perdas por cultura, o que deve aparecer nos próximos boletins.
Para o Feijão, o quadro é dividido. A umidade acumulada garante reserva de água importante para as lavouras que escaparam do pior e, ao mesmo tempo, qualquer novo evento de granizo ou enxurrada nas áreas de maior concentração de Feijão-preto e Feijão-carioca de primeira safra pode ganhar peso rápido na conta da oferta mais adiante. As avaliações de danos seguem em andamento ao longo das próximas horas.
No mercado físico, mais um dia de pouco volume de negócios, o que contrasta com a leitura feita ontem, no início da noite, por um corretor experiente de Minas Gerais: segundo ele, este é o menor volume de Feijão-carioca estocado no estado nos últimos 25 anos. A escassez em Minas convive, por enquanto, com um ritmo lento de fechamento de lotes.
Em São Paulo, apesar do ambiente mais travado, houve registro de negócios com Feijão Dama: venda de 5.000 sacas a R$ 240,00 à vista, outra de 2.800 sacas de Feijão Dama a R$ 240,00 com 30 dias e ainda 4.100 sacas de Dama a R$ 235,00 também para 30 dias. Esses negócios ajudam a desenhar uma faixa de referência entre R$ 235,00 e R$ 240,00 na indústria, em plena fase de incerteza climática no Paraná e de estoques historicamente enxutos em Minas Gerais.
