Estamos ou não à beira do apocalipse econômico?

Por: IBRAFE,

10 de novembro de 2025

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O mercado de Feijão no final de semana concentrou toda a atenção nas colheitas do estado de São Paulo, onde não houve colheita por conta das chuvas. Corretores e compradores que são responsáveis pelo abastecimento de muitos empacotadores pelo Brasil estarão indo para a região de Itaí, Paranapanema, Itaberá nos próximos dias.  Dois negócios confirmados de pequenos lotes entre R$ 260 e R$ 266.  

A referência está em R$ 250, mas mudará se aumentar a colheita com sol e, depois, em menos de um mês, as chances de valorização são grandes.  Em meio a tantas notícias, prestei mais atenção às notícias econômicas. E quanto mais pesquiso, mais perdido fico. Porém, neste final de semana, achei algo interessante e quero compartilhar com você.                                                                                                        

Sempre me pergunto: afinal, quem tem razão? O Brasil está crescendo ou não? O que acontece afeta o Feijão e o prato feito do brasileiro ou não? Se escuto o governo, está tudo muito bom; se escuto o outro lado, estamos à beira do caos. Gostei da análise do economista Ricardo Amorim, que explicou recentemente que o Brasil vive um paradoxo econômico. 

Mesmo com uma dívida pública alta, juros elevados e contas desajustadas, o país continua crescendo acima das previsões, com desemprego em queda e o consumo firme, especialmente no setor de alimentos.   Os dados reforçam essa percepção. Segundo a ABRAS, o consumo nos lares brasileiros subiu 2,67% em 2025, no acumulado até setembro.

O IBGE mostra que o varejo alimentício cresceu 1,6% no ano e atingiu recorde histórico em fevereiro.  Já a NIQ (antigo Nielsen), empresa global de inteligência de mercado que monitora o comportamento de consumo e o desempenho de vendas no varejo, registrou um avanço de 7,4% na cesta de alimentos e bebidas em 2023, um desempenho muito superior à média de todas as categorias analisadas. Mesmo com crédito caro, a combinação de renda real maior e emprego em alta mantém o brasileiro comprando o essencial: arroz, Feijão, farinha, óleo e açúcar. 

 Esse cenário me fez traçar um paralelo direto com o nosso setor. O mercado do Feijão também vive um equilíbrio delicado, mas sustentado por fundamentos sólidos.  

Temos uma safra forte, consumo estável e um espaço crescente para produtos de maior valor agregado, como os Feijões regenerativos e de origem. O Feijão continua sendo o alimento que dá estabilidade ao prato feito, à mesa do brasileiro e, de certa forma, à própria economia.  

Enquanto alguns setores recuam, o Feijão é afetado, mas ainda permanece como um porto seguro para onde retornar. Ele representa o elo entre o campo e a cidade, entre quem produz e quem se alimenta. É simples e sofisticado ao mesmo tempo. Está presente em todas as mesas e carrega um simbolismo que vai além do valor nutricional: o Feijão é sinônimo de sustento, cultura e identidade nacional.   

No Viva Feijão, temos repetido que a comida de verdade é o que mantém o Brasil de pé. E os dados de consumo mostram exatamente isso. Mesmo com todas as incertezas fiscais e políticas, o brasileiro prioriza o essencial. Pode abrir mão de supérfluos, mas não abre mão do seu prato feito. E é justamente esse comportamento que mantém viva a cadeia do Feijão e de todos os alimentos que compõem a base da nossa alimentação.   A safra recorde, estimada em mais de 17% de crescimento, também ajuda a segurar preços e garantir o abastecimento.

Isso mostra que o agro brasileiro continua sendo o grande pilar de estabilidade do país. Quando o campo vai bem, a cidade respira. Quando o produtor planta com confiança, o consumidor sente segurança.   Na verdade, como analista, vejo todos os dias esse paradoxo se refletir na prática.

 O país ainda tem muito a ajustar nas suas contas públicas, mas a economia real — aquela que nasce do trabalho de quem produz, distribui e consome alimentos — segue firme. É essa base que sustenta o Brasil em momentos de instabilidade. 

  O Feijão, mais uma vez, cumpre seu papel histórico. Ele alimenta, equilibra e conecta. É a tradução mais pura da nossa força como país. E enquanto houver Feijão na panela e trabalho no campo, o Brasil continuará crescendo, mesmo quando os números parecem dizer o contrário. O que precisamos evitar é que o consumo continue caindo ao longo dos anos, embora mais de 60% dos brasileiros o consuma 5 vezes por semana.  

O paradoxo pode confundir os economistas, mas para quem vive o agro, a resposta está na mesa. A estabilidade do país começa no prato feito, mas os ingredientes vêm do campo. O Feijão continua sendo o alimento que simboliza essa verdade simples e poderosa: o Brasil se sustenta com comida de verdade.

 

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