A Rússia, maior exportadora mundial de ervilhas, anunciou na última semana a imposição de uma tarifa fixa de 5% sobre as exportações de ervilhas, grão-de-bico e lentilhas a partir de 1º de janeiro, reduzindo efetivamente a tarifa em 30% após a desaceleração nas exportações de leguminosas, o que deixou grandes volumes não vendidos.
Anteriormente, a tarifa variável podia chegar a 7%, dependendo da taxa de câmbio do rublo. A medida visa manter um equilíbrio entre exportações e consumo interno de leguminosas, afirmou o governo em comunicado. "Qualquer ação que reduza a incerteza tem um impacto positivo no mercado. Anteriormente, a tarifa mudava de acordo com a taxa de câmbio média do dólar, forçando os comerciantes a agir com cautela excessiva", disse Sergei Pluzhnikov, chefe da Russian Pulses Analytics.
Pluzhnikov estimou que a medida representa, na prática, uma redução de 30% na tarifa. A produção russa de leguminosas aumentou significativamente nos últimos dois anos, com muitos agricultores trocando o plantio de trigo, principal exportação agrícola do país, por leguminosas mais lucrativas.
Em 2023, a Rússia tornou-se o maior exportador mundial de ervilhas, exportando 2,9 milhões de toneladas e superando o Canadá, antigo líder nesse mercado, principalmente devido ao crescimento das exportações para a China. A Rússia também iniciou exportações de leguminosas para a Índia, outro grande consumidor. Segundo a consultoria IKAR, as exportações de ervilhas para a China desaceleraram drasticamente para 700 mil toneladas de julho a dezembro, o primeiro semestre da safra de 2024/2025, em comparação com 1,7 milhão de toneladas no mesmo período do ano passado.
Apesar de uma área recorde semeada com leguminosas, a colheita deste ano caiu para 4 milhões de toneladas, abaixo do recorde de 4,7 milhões de toneladas registrado no ano anterior, devido às condições climáticas adversas. A IKAR destacou que, com o ritmo mais lento das exportações, grandes volumes de leguminosas permanecem não vendidos. Pluzhnikov afirmou que os principais consumidores mundiais de leguminosas - China, Índia e Turquia - têm estado menos ativos este ano e ainda possuem estoques elevados acumulados nos últimos anos.
Com informações de The Economic Times