A Índia implementou uma taxa de 30% sobre todas as importações de Ervilha amarela a partir de 1º de novembro. Embora a decisão tenha sido uma medida abrupta, a notícia não foi uma surpresa completa para o setor de Pulses, que já monitorava os sinais de protecionismo em Nova Deli.
O presidente da Pulse Canada, Greg Cherewyk, admitiu não ter antecipado o anúncio da taxa, mas ressaltou que a possibilidade já estava "no radar" do setor desde o início de setembro, com rumores de que o governo indiano considerava a imposição de uma tarifa.
Pressão Interna e Proteção ao Agricultor
Fontes da Índia, citadas na época, indicavam que a Associação Indiana de Leguminosas e Grãos (IPGA) estava pressionando o governo para instituir uma taxa de importação na faixa de 30% a 50%.
Um porta-voz do grupo defendeu publicamente a necessidade das tarifas, alegando que eram cruciais para proteger os agricultores nacionais frente à grande produção esperada do Canadá e da Rússia.
Cherewyk sustenta que a medida é puramente reflexo da política interna indiana, desvinculada das relações internacionais com o Canadá ou outros parceiros comerciais.
"O governo indiano implementa essas medidas como resultado direto das condições internas da Índia. Isso inclui os preços domésticos para os agricultores, os estoques no mercado e, por vezes, eleições internas que podem influenciar as decisões tomadas em relação à política de importação. Trata-se inteiramente do que está acontecendo na Índia", explicou o executivo.
Impacto nas Exportações Canadenses
Apesar da nova barreira tarifária, Cherewyk destacou que um volume significativo de Ervilhas amarelas — aproximadamente 500 mil toneladas — foi exportado do Canadá para a Índia nos meses de agosto, setembro e outubro, antes da entrada em vigor da taxa.
"Obviamente, a taxa de 30% altera as coisas daqui para frente, mas já houve um fluxo significativo este ano", comentou. Contudo, ele reconheceu que a medida "não é uma boa notícia para ninguém no setor".
A nova taxa indiana se soma a um cenário já complexo para os exportadores canadenses. A China, outro mercado vital, já impõe tarifas de 100% sobre as ervilhas do Canadá. Segundo Cherewyk, a China e a Índia combinadas representaram 80% do mercado de exportação de Ervilhas do Canadá no ano passado.
Com informações de Sask Today