Um estudo colaborativo entre o Instituto Internacional de Pesquisa de Cultivos para os Trópicos Semiáridos (ICRISAT), a Universidade da Austrália Ocidental (UWA) e a Universidade Murdoch (MU) revelou um avanço promissor para a produção de grão-de-bico. A pesquisa identificou genes de espécies selvagens de grão-de-bico que podem acelerar significativamente o melhoramento dessa cultura vital.
Os pesquisadores destacaram que o grão-de-bico cultivado possui uma base genética limitada, restringindo a capacidade de melhorar características essenciais como resistência a doenças, tempo de floração e tolerância ao estresse. No entanto, as espécies selvagens de grão-de-bico demonstraram ter uma diversidade genética muito maior e variações benéficas.
Para ampliar a diversidade genética da cultura de grão-de-bico, a equipe de pesquisa identificou 24.827 famílias de genes. Eles desenvolveram com sucesso um "superpangenoma" baseado em conjuntos de genomas de novo de oito espécies selvagens anuais de Cicer. Segundo a UWA, "variações estruturais entre genomas cultivados e selvagens foram usadas para construir um genoma baseado em gráficos, revelando variações em genes que afetam características como tempo de floração, vernalização e resistência a doenças."
Rajeev Varshney, professor da MU e coordenador do estudo, explicou que essas variações genéticas são fundamentais para a transferência de características valiosas das espécies selvagens para as variedades de grão-de-bico de elite, utilizando seleção assistida por marcadores ou edição genética. "Os recursos genômicos e genes únicos apresentados em parentes distantes do grão-de-bico moderno neste novo estudo beneficiarão muito o melhoramento do grão-de-bico e o avanço da comunidade de pesquisa nesta área na Austrália e globalmente", afirmou Varshney.
As descobertas do estudo foram publicadas na revista Nature Genetics, oferecendo insights valiosos para melhorar a diversidade genética do grão-de-bico e ideias inovadoras para o aprimoramento dessa cultura. Com uma produção global anual de mais de 17 milhões de toneladas, segundo a UWA, o grão-de-bico é uma leguminosa crucial para a alimentação global, e esse avanço genético pode ter um impacto significativo na agricultura mundial.
Este estudo representa um marco importante na pesquisa agrícola, destacando a importância da diversidade genética e da colaboração internacional para enfrentar os desafios da produção de alimentos em um mundo em constante mudança.
Com informações de Trade Farm Machinery
https://www.tradefarmmachinery.com.au/wild-chickpea-genes-could-accelerate-production/
