China - O Ministério do Comércio da China anunciou tarifas de 100% sobre a importação de ervilhas do Canadá. A medida é uma retaliação à decisão canadense de impor uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses, além de tarifas adicionais de 25% sobre produtos de aço e alumínio, aplicadas desde outubro do ano passado.
O presidente da Pulse Canada, Greg Cherewyk, destacou a importância do mercado chinês para os produtores canadenses de ervilha. “Essa é uma cultura extremamente relevante, cultivada desde meados da década de 1990. Ampliamos significativamente a área de plantação devido à demanda de países como a Índia e a China. Nos últimos cinco anos, exportamos, em média, cerca de 1,5 milhão de toneladas anuais para a China, o que representa um valor entre 4 e 5 bilhões de reais por ano”, explicou.
Apesar da recente escalada nas disputas tarifárias, a decisão da China remonta a julho do ano passado, quando o Canadá iniciou consultas sobre a imposição de taxas sobre os produtos chineses. Na época, o setor de leguminosas do Canadá alertou para os riscos de retaliação. “Desde julho de 2024, quando o governo canadense abriu consulta sobre a aplicação dessas tarifas, manifestamos preocupação. Fomos um dos poucos setores que advertiram que esse não era o caminho adequado para resolver disputas comerciais. Temíamos uma retaliação, e agora estamos vendo isso acontecer”, afirmou Cherewyk.
Além das ervilhas, a China também aplicou tarifas sobre a importação de canola, carne suína e frutos do mar canadenses, que entram em vigor a partir de 20 de março. Diante desse cenário, Cherewyk defende que o foco deve ser a resolução do impasse. “Não adianta agora discutir se a decisão tomada no ano passado foi correta ou não. O importante é: o que faremos daqui para frente? Temos uma nova liderança no governo e vemos nisso uma oportunidade. Acreditamos que esse é o momento para nosso novo líder buscar um diálogo com o presidente Xi Jinping e negociar. Isso não é uma guerra comercial, mas sim um convite para negociação”, concluiu.
Com informações de Discover Weyburn