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Em um cenário de mudanças climáticas, desafios nutricionais e escassez de energia na África Subsaariana, a doutoranda Annuarite Uwera está trabalhando para aprimorar uma cultura que desempenha um papel vital nas dietas regionais: o Feijão comum.
Baseada no Instituto de Agricultura da UWA e apoiada por uma Bolsa John Allwright do Centro Australiano de Pesquisa Agrícola Internacional (ACIAR), Uwera está pesquisando como diferentes tipos de Feijão lidam com a seca, com foco no tempo de cozimento e nos níveis de ferro e zinco.
"Minha pesquisa visa preencher uma lacuna no programa de melhoramento de Feijão, abordando a necessidade de desenvolver variedades de Feijão biofortificadas que sejam de cozimento rápido e resistentes à seca", explicou Uwera.
Sua pesquisa faz parte de uma iniciativa internacional mais ampla liderada pelo ACIAR em colaboração com o CIAT-Bioversity e parceiros nacionais em seis países africanos. Em Ruanda, testes de campo estão em andamento em três distritos que refletem uma variedade de condições agroecológicas, incluindo variações no solo e na precipitação.
O tempo de cozimento é um fator crítico em ambientes com recursos limitados. “O tempo de cozimento do Feijão é uma característica importante, pois em países em desenvolvimento como Ruanda, o cozimento de alimentos representa aproximadamente 90% do consumo total de energia doméstica, sendo a lenha a principal fonte de combustível”, disse ela. “Hoje em dia, há uma demanda crescente por alimentos que sejam mais rápidos e fáceis de cozinhar.”
Uwera também enfatiza a dimensão nutricional. “A desnutrição e o nanismo continuam sendo um problema sério nos países em desenvolvimento. Há uma necessidade de desenvolver culturas ricas em nutrientes, como o Feijão biofortificado”, explicou ela. O Feijão, ela observa, é um alimento básico em Ruanda e frequentemente chamado de “carne dos pobres” devido ao seu teor de proteínas e micronutrientes.
O impacto potencial de seu trabalho é de longo alcance. “Identificar genótipos de Feijão biofortificado tolerantes à seca reduzirá o risco de baixa produtividade para agricultores que cultivam Feijão em condições de água limitada”, disse Uwera. Ela destaca que, se a seca não afetar negativamente o teor de nutrientes, agricultores e consumidores se beneficiarão do Feijão biofortificado, que os ajudará a combater a desnutrição e a fome.
Ela credita seu progresso ao trabalho em equipe. “A colaboração desempenhou um papel vital no progresso e sucesso da minha pesquisa até agora. Trabalhar com técnicos e cientistas de diversas áreas e instituições me ajudou a aprofundar minha pesquisa.”
Olhando para o futuro, Uwera acredita que a próxima geração de pesquisadores africanos é essencial para a transformação agrícola. “Jovens cientistas africanos como eu desempenham um papel significativo na reformulação dos sistemas alimentares do continente, impulsionando a pesquisa e a inovação e aplicando conhecimento e tecnologias para enfrentar os desafios que atualmente afetam o setor agrícola”, afirmou.
“Nosso trabalho garante que os resultados da pesquisa sejam traduzidos em soluções práticas que fortaleçam e desenvolvam os sistemas alimentares em todo o continente e além”.
Com informações de The University of Western Australia
https://www.uwa.edu.au/news/article/2025/august/breeding-better-beans-for-a-more-food-secure-future
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