Aqui nós não estamos falando do GGLin, o doguinho do nosso querido presidente do IBRAFE, que tem um salsichinha (da raça Dachshund) com o nome GGLin, mais conhecido como GG, em referência (e até mesmo uma homenagem) ao próprio Gergelim, a planta. Tratamos aqui da demanda do produto Gergelim, semente que, de acordo com a Apex Brasil, se encontra em forte ritmo de expansão e tem uma tendência positiva, principalmente devido ao mercado chinês (atualmente o maior do mundo), que está em processo de abertura final ao Gergelim brasileiro e que possui boas perspectivas.
Entre 2016 e 2020, as importações mundiais do produto aumentaram 18% no volume e 19% no preço da tonelada. Em 2021 o mercado girou em torno de US$3,6 bilhões de importação. Entre os maiores produtores de Gergelim atualmente estão Índia e China, mas que são países cujo consumo supera a produção interna e a expansão da produtividade é um desafio. Além disso, entre os 10 maiores produtores mundiais, 5 deles apresentam índice de produtividade abaixo da média mundial. A partir deste contexto, o Brasil, com sua produtividade agrícola reconhecida mundialmente, poderia florescer como um fornecedor global do produto, conforme afirma a APEX.
As plantas de Gergelim são tolerantes a seca e podem crescer em áreas onde frequentemente outras culturas não cresceriam. Pequenos produtores de outros países também frequentemente escolhem esta cultura porque é bastante fácil de ser cultivada. Seu ciclo é curto e varia entre 90-100 dias.
O Gergelim no Sudão
O Sudão foi o maior país produtor mundial de Gergelim em 2019, com 18,2% do mercado global. Em 2020, deteve 23,3% do mercado e também é o principal fornecedor da China. Os exportadores do são de produtores bem pequenos e a maioria de comércio informal transfronteiriço.
No Sudão, a cultura se desenvolve melhor em temperaturas quentes do que ideais e requer uma temperatura alta constante entre 26-30°C para seu crescimento, florescimento e maturação dos frutos. A baixa temperatura pode causar pólen estéril ou queda prematura da flor durante seu florescimento. A umidade, a duração do período de chuva e a temperatura é que determinam a época de plantio.
Como o Gergelim é Produzido na Nigéria
A Nigéria também está entre um dos maiores produtores mundiais de Gergelim e a China é seu principal importador: em valores USD 123.86 M (45% das exportações), 105,48 mt. O Japão é o segundo principal importador de Gergelim da Nigéria, com 23% das exportações nigerianas. Em 2019, a Nigéria foi o segundo maior países exportador, com 15,7% do mercado global, depois da Índia.
Os dois tipos de Gergelim produzidos na Nigéria são o branco/cru (usado na indústria de panificação) e o marrom/misto (para óleo).
O plantio é feito normalmente com uma plantadeira mecânica e as sementes são plantadas em camalhões. Durante o período de crescimento, o controle de plantas invasoras é importante, sendo o estágio vital para o controle nos primeiros 5 meses após o plantio. As sementes de Gergelim estarão prontas para serem colhidas entre 90-130 dias depois do plantio, quando a maioria das vagens ficam escuras. Se a colheita é atrasada, as sementes podem cair no chão quando colhidas.
No caso dos pequenos produtores, as plantas são cortadas usando uma foice e então são amarradas juntas em feixes e deixadas em pé para secar. Depois de uma semana, esses feixes são debulhados, batidos levemente com uma vara sobre uma lona e as sementes são então colhidas. A retirada das impurezas físicas é feita manualmente ou por separador mecânico.
O armazenamento deve ser feito com umidade abaixo de 10% e são melhor armazenadas sem casca em condições secas. E o empacotamento é feito em bags de juta ou polipropileno de 45-50 kg.
No Brasil
De acordo com a EMBRAPA, o cultivo de Gergelim no Brasil passou de 53 mil hectares na safra 2018/2019 para 175 mil ha na safra 2019/2020, ou seja, um salto de 230% em apenas um ano. Em 2020, o Brasil representou o 10° lugar nas exportações mundiais, foi o país que mais aumentou a produção de Gergelim. Também, em 2019, o rendimento do hectare de Gergelim ultrapassou o do milho.
A cultura pode ser uma alternativa ao milho na segunda entressafra de soja, principalmente no Centro-Oeste, pois necessita de menos chuvas de modo que a semeadura pode ser feita após o fim da janela ideal de semeadura do milho
Em 2020, a EMBRAPA Algodão desenvolveu uma nova cultivar de Gergelim adaptada à região do Centro-Oeste, a BRS Morena, que pode alcançar potencial produtivo de 1.800 kg/ha, além das qualidades de consumo e industrial. A Anahi, outra cultivar de Gergelim da EMBRAPA, apresenta produtividade em torno de 1600 kg/ha e facilita a colheita mecanizada. A média de produtividade da região do Centro-Oeste é de 700 kg/ha.
O IAC também possui algumas cultivares desenvolvidas de Gergelim, como a cultivar IAC-Ouro, IAC-China e IAC-Guatemala.
De acordo com a APEX, as certificações não são, atualmente, um grande obstáculo para o acesso ao mercado de Gergelim internacional e a produção brasileira possui boas perspectivas de oportunidade de exportação.
Summit
O Brasil vem tramitando com a China um acordo fitossanitário para exportação e este está em andamento, o que poderá abrir mais oportunidades de mercado para o Gergelim, dos quais o país é um grande importador. Em 30 e 31 de março de 2023, em Foz do Iguaçu, no Paraná, acontecerá o Dry Beans and Special Crops International SUMMIT 2023, que é um encontro estratégico de alto nível, com participação do projeto APEX com os exportadores de Feijão,
Gergelim e Amendoim.
Receberemos os maiores importadores de PULSES e COLHEITAS ESPECIAIS do mundo. Serão 2 dias de intenso networking e negócios. Haverá palestras e simpósios destacando a qualidade da produção de Feijão e de Colheitas
Especiais brasileiras e de países da América do Sul, bem como informações valiosas de mercado.
